sexta-feira, outubro 31, 2008

Homenagem ao Halloween

A noite cai fria e venta muito. Jamais pensei que nessa cidade que nunca dorme chegaríamos a ponto de perder o sono por conta do barulho do vento. É possível escutar todos os passos do velho guarda que é encarregado pela segurança da rua. Já não tardaria a entrar em sua guarita em busca de abrigo contra a forte ventania que vem do oeste. Em meu quarto, a pilha de roupas em cima do baú de revistas já não existe mais. A falta de sono me fez ocupar o tempo de qualquer maneira que viesse a mente. Guardar roupas, compor músicas, ler livros, qualquer coisa que não me faça maquinar todos aqueles pensamentos que pressionam a vida deste que vos escreve. Quem tem problemas para dormir sabe que o vazio é o maior inimigo do ser humano. O silêncio é o presságio do pânico. Não foi diferente do que aconteceu na madrugada.
O livro se mostrava mais interessante do que parecia ser. Como um livro de assuntos gráficos consegue ser mais atrativo que dormir em uma noite dessas? É difícil pensar nisso, mas, de qualquer forma, acontece. O silêncio se quebrou quando um barulho me fez tomar um susto. O barulho vinha de dentro da casa....

... Ah, cansei. Era um gato no telhado. Deveria ser um gato preto e me deu um tremendo de um azar para eu não conseguir em qualquer absurdo que faça sentido nessa história. Alguém aqui, que não tenha aulas em escola de inglês, já comemorou o Halloween? Eu já. Embora seja uma tradição americana, quando eu era pequeno eu saia pedindo doces pelas casas do bairro. Ninguém entendia, ninguém dava. E o dia do saci, vocês comemoram? Pois é, hoje é dia do saci, aquele negrinho malandro que sai por aí fazendo traquinagens enquanto fuma seu cachimbo. Eu nunca comemorei.
Essas lendas são legais. Esses folclores e tradições são fascinantes. A lenda do boto é a mais engraçada. Sabem qual é, não é? Aquela que de dia o cara era um boto e de noite pegava todas as mulheres da cidade. A parte engraçada é a que o pessoal levava muito a sério essas histórias e chegava até a ser desculpa para a gravidez indesejada. Já pensaram o quanto o boto seria usado em história como essa hoje em dia?!
Eu nem sou tão velho assim a ponto de dizer que as tradições fazem falta, mas posso dizer que o povo que não conhece o seu próprio folclore ou suas tradições causa muita tristeza. Eu não acho que as pessoas devem seguir a risca tudo o que está escrito nos livros, só que as pessoas devem lembrar que cresceram com essas histórias.
Cultura e sextas-feiras 13 não deveriam fazer falta.
SIC!


segunda-feira, outubro 20, 2008

De volta para o futuro? Ou não, né!

Eu comecei a escrever 00:10. Porém, o horário de verão já está valendo. Tem coisa mais interessante do que alguém que inventa alguma coisa justamente para brincar com o tempo? Antes de deixarem minha idéias configurarem esse texto, um pouco de informação.
O horário de verão foi instaurado por decreto em 1931 pelo, então presidente, Getúlio Vargas. Mas, antes que alguém ache que isso foi inovador, ele quis foi "remontar" a Inglaterra de 1907, quando o William Willett deu início a uma campanha para que os ingleses gastassem menos energia, aqueles tecnocratas. De resto, todo mundo sabe que o relógio é adiantado uma hora e que as regiões norte e nordeste não participam do jogo. E eu pensei exatamente nisso e otras cocitas mas.
Já pensaram o quanto é interessante essa coisa estilo máquina do tempo? Chega meia noite e já é uma hora! O Iron Maiden mal pode cantar Two Minutes to Midnight, partindo do princípio que quando chegar a meia noite, eles não terão o que comemorar. É triste. Ou então, só o fato de pensar que as coisas que você fez até aquele momento, não valeram de nada, porque você não soube o que fez durante uma hora inteira. E sabem qual o pior? São minutos contados. É exatamente da 00:00 para 1:00. É assombroso.
E vocês devem achar que não fica pior, não é? Sempre fica. Se tem coisa que sempre acontece e não se cansa de acontecer, essa coisa é o pior. Estará sempre presente. Seja com você, seja com o Christhian.¹
Enfim, sorte do Acre que não existe mais horário de verão lá. Eles sobrevivem com duas horas de fuso horário. Seriam três com essa invenção. Tudo bem, eu errei a conta², mas levem em cosideração que sempre vale um exagero. De qualquer forma, se existissem duas pessoas de você, a que mora em São Paulo
estaria entretido com o meio do filme
do cine privê e a do Acre estaria, anciosamente, esperando pelo sucesso da madrugada. E não pensem que isso é bom. Isso é triste. Ponto para o Acre. E se houvessem três pessoas, uma no Acre, outra em São Paulo e outra em Cubatão, a última sempre estaria em desvantagem. O motivo é auto explicativo.
No ano novo é um caso diferente, mas cabe no assunto. Do outro lado do mundo a festa é comemorada um dia, ou quase, antes da gente aqui. É como se alguém comemorasse e depois te ligasse falando: "Ae, troxa, eu sei o que vai acontecer com vocês. Vai todo mundo morrer! HAHAHAHAHA!". Seria pior do que acordar de manhã, achar que tudo está bem, com a sua seleção ganhando e que a menina que você ama, te ama tanto quanto, e no fim das contas, é só o domingo.
De fato, ninguém estará pronto para debates temporais. As coisas vão continuar acontecendo quer você queira ou não. O tempo não pára, já dizia Cazuza, muito embora tentem apressá-lo ou mudá-lo. O presente se extinguirá como o passado e o futuro já existirá nesse momento?³ O ponto é que ninguém pode, não importa o que aconteça, aconteceu ou acontecerá, vencer o relógio. A não ser que acabe a bateria. SIC!

¹ - Piada com o cara que trabalha no Pânico, Christhian Pior.
² - O Acre tem duas horas de fuso. Se houvesse horário de verão, seriam três, pois se acrescenta uma hora. Só que deveríamos contar que também estaríamos no horário de verão, então continuariam duas horas.
³ - As perguntas foram retiradas do livro Operação Cavalo de Tróia vol.1. Recomendo.