quarta-feira, fevereiro 06, 2008

E o vencedor é...

Luís Fernando Paparelli!

Ae! Ae! E a platéia aplaude loucamente, esse bénino baterista. Então, ele chega ao palco, pega o microfone e diz:
- Muito obrigado, eu sei que foi sem concorrentes, mas, só de ter meu texto aqui já é de grande reconhecimento. O texto é uma crítica clara a sociedade e sua posição quanto aos padrões que ela mesmo impõe. Claro, tem um pouco de against the media. Para quem não leu, querem que eu leia para vocês??

E a platéia diz, enlouquecidamente: Sim, sim, nando!! (E ouve-se um grito bem ao fundo: "Viaaaado!".. mas, poucas pessoas dão bola.)

- Pois bem, o texto se chama:

MÍDIA, SOCIEDADE E O PADRÃO DE BELEZA

A imagem corporal de uma pessoa é sua representação interna que se baseia na busca de um padrão de beleza institucionalizado pelos meios de comunicação em massa. Os fatores utilizados na construção social da imagem podem ser psicológicos, políticos e sociais, que definem o papel desempenhado no trabalho, na família e em outras instituições. Esta busca pela perfeição está ligada ao desejo de nos sentirmos amados, inseridos e bem integrados em nosso grupo. A beleza como padrão é um meio que as pessoas têm buscado para conseguir saciar-se sem nunca querer sair do foco central de toda a atenção desejada. Atualmente percebe-se que a aparência tornou-se a essência humana, tornando-se mais importante e deixando de lado valores e princípios que, em tempos passados, estavam acima de quaisquer expectativas. Tal preocupação com a beleza, fez aumentar o número de cirurgias estéticas. Esta normalmente é associada à idéia de felicidade e só com mais e mais beleza o indivíduo poderá alcançar o que é desejado. Quando entra em questão a falta de beleza ligada ao padrão dito anteriormente, esta é associada com a falta de sorte – o indivíduo idealiza que suas angústias, inseguranças e insatisfações com seu corpo são frutos desta “feiúra” e que vai contra aquilo que é imposto e dito como perfeito. Além de sua real perda de identidade, esta pessoa poderá ganhar doenças e mais problemas em busca de um padrão estabelecido culturalmente. A disputa pelo foco de atenção serve como uma via de escape para toda insegurança e medo de não se encaixar em determinado grupo, a busca pela perfeição é apenas uma forma de compensar todo o temor que o ser humano tem dentro de si, tornando-se refém de valores inculcados socialmente. A partir desta simples reflexão vemos o papel que a mídia em geral, mas a televisão em especial, exerce em países pobres, miseráveis e sem identidade cultural como é o caso do nosso "amado" Brasil. Para finalizar cito a célebre frase do grande iluminista brasileiro, Rogério Brandão do TV Caos, que completa de forma autêntica o grande filósofo Nietzsche:


"Como já ironizava meu coleguinha de escola chamado Nietzsche. Nada mais seguro do que ser igual a todo mundo, da minha parte eu nego, prefiro ser aquela Metamorfose Ambulante".


Após
terminar sua leitura, a platéia reflete sobre o texto como se aquilo fosse uma lança entrando por suas orelhas. Aí, Nando diz o seu agradecimento final:
- E eu também gostaria de acrescentar...

E aí, é interrompido por um dos apresentadores do concurso que diz:

-Vai tomar no teu cu, rapá.

E o Nando diz:
- Tá.

E lá vai ele fazer um mosh¹ na galera da frente. E esse foi o fim.



¹ - É quando uma pessoa se joga na platéia, e ela o segura indo para lá e para cá.

2 comentários:

Anônimo disse...

Obrigado!

=)

Anônimo disse...

Naaaaaando!
Naaaaaando!!!

Bom texto meu rapaz... é um lado que poucas pessoas hoje em dia pensam, não é?

Bom, não tenho oq comentar.

Nando seu feio!